domingo, 29 de março de 2015

Não é o pão que nutre.


"...Devemos lembrar, a cada refeição, que o alimento retirado da substância da terra é o corpo do Espírito de Cristo que ali habita, que aquele corpo está sendo repartido para nós diariamente, e podemos, então, apre­ciar a bondade amorosa que O impele a dar‑Se a nós. Lembremo‑nos, também, que não há um momento, dia ou noite, que Ele não esteja sofrendo por estar ligado a esta Terra. Portanto, quando comemos e percebemos a verdadeira situação, estamos realmente proclamando a morte de Cristo, cujo espírito está gemendo e labutando, esperando pelo dia da libertação, quando não haverá necessidade de uma envoltura tão densa como a que necessitamos agora.

Mas há um outro mistério, maior e mais maravilhoso ainda, oculto nessas palavras de Cristo. Richard Wagner, com a rara intuição de um gênio musical, percebeu isto quando, sentado em meditação à beira do Lago de Zurique numa Sexta Feira Santa, sentiu brotar em seu espírito um pensamento: "Que ligação existe entre a morte do Salvador e os milhões de sementes que germinam na terra nesta época do ano?" Se meditarmos sobre a vida que anualmente brota na primavera, vemo‑la como algo maravilhoso e digno de veneração. Há um fluxo de vida que transforma o globo, do inverno de uma aparente massa gelada, em vida primaveril e rejuvenescida num curto espaço de tempo. A vida que assim se propaga nos brotos de milhares e milhares de plantas, é a vida do Espírito da Terra.

Dela vem tanto o trigo como a uva. Representam o corpo e o sangue do aprisionado Espírito da Terra, incumbido de sustentar a humanidade durante a presente fase de sua evolução. Repudiamos a alegação daqueles que julgam que o mundo lhes deve uma vida plena, sem que se esforcem por ela e onde não tenham responsabilidade material. Insistimos que existe uma responsabilidade espiritual ligada ao pão e ao vinho servidos na Ceia do Senhor: devem ser ingeridos condignamente, caso contrário, causarão enfermidades e até mesmo a morteSuperficialmente lido, poderá parecer um conceito forçado, porém, quando meditamos à luz do esoterismo, examinando outras traduções da Bíblia e observando as condições atuais do mundo, veremos que não é assim tão forçado."
                          Extraído de Coletâneas de um Místico, de Max Heindel- Cap.IV- O Sacramento da Comunhão, em minha memória.
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